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É preciso chutar o balde?

Se jogar na estrada e ver o que rola é a nova tendência entre os jovens e em muitos veículos de comunicação encontramos histórias de casais ou amigos que largaram tudo o que tinham e adaptaram suas vidas, profissionais e pessoais, a um novo estilo, um novo prisma. O termo para se definir este tipo de comportamento é chamado de “a ânsia de se libertar”, ou seja, se desprender de algo que o mantém enlaçado a alguma situação ou lugar.


A questão aqui não é desencorajar alguém de viajar, mas sim mostrar outra perspectiva, aquela que nem sempre o que se parece alternativo e libertário na internet, é uma representação real e social da realidade.


Para poder explicar melhor esse contexto temos a história, baseada em fatos reais, que gerou o livro e posteriormente o filme Into the Wild (Na Natureza Selvagem). Ela se inicia quando um jovem, Christopher Mccandless, sai do seu mundo estável e de classe média alta e busca encontrar o sentido da vida. Neste caso, podemos analisar essa busca incessante pela liberdade, fato que a emoção é fruto dessa realidade. Em alguns momentos é possível chorar ao longo do filme, posto que traz lembranças dos nossos medos e frustrações.


Ator Emile Hirsch representando Christopher Mccandless no filme Into the Wild


O protagonista vai de encontro a sua identidade e mostra a dificuldade de apropriar-se de si mesmo, o que acontece com muitos jovens nesse eterno processo de procura e ter que escolher um caminho a seguir, faz parte da realidade humana. Viajar e se aventurar no mundo é importante para a formação de sua identidade, mas trazer o conhecimento adquirido para a realidade em que se está inserido é essencial e demanda um crescimento interior e exterior. Ainda, quando adentramos no jovem do filme, vemos como ele flerta com a solidão com tamanha segurança, mostrando uma certa intimidade com sua individualidade – essa que, ao andar pelo mundo, traz consigo uma necessidade de interagir com os outros, criando uma conexão que exige uma troca constante, culminando em um equilíbrio do corpo e da alma.


O autoconhecimento obtido pelo personagem do filme é adquirido através de suas viagens, possibilitando que ele alcance uma paz interna e uma alta capacidade de lidar com o estresse. Essa sensação não se limita apenas ao desenrolar de um script, mas também aprendidas ao longo da vida, e em alguns casos a rebeldia funciona como gatilho dessa nova perspectiva.


No geral, essas viagens nos fazem querer chutar o balde e ir em busca da felicidade, identidade e autoconhecimento, e muitas vezes não percebemos que nos pequenos momentos nos tornamos mais felizes. Seja aqui, viajando, ou no trabalho, o nosso questionamento será eterno e sempre iremos em busca de sentido para aquilo que não é possível explicar.




PATY PESSOA


Redatora e revisora. Turismóloga, pós-graduada em produção jornalística e estudante de psicologia, ela desenvolve matérias inspiradoras com o objetivo de relatar o poder de transformação pessoal que cada viagem traz.



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